sábado, 19 de setembro de 2015

O CANTEIRO FLORIDO, DONA MAZÉ E OS MONSTROS

Rangel Alves da Costa*


Uma situação verdadeiramente absurda está acontecendo lá pelas bandas do sertão sergipano, em Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, município que ouviu meu primeiro choro. Ouviu meu primeiro berro e certamente continua ouvindo minhas dores ante as tantas incoerências, injustiças e desmazelos, que se acumulam e se propagam nos seus quadrantes. Sofro por ser sertanejo, sofro pelo meu sertão, sofro pelo que o homem público faz com que o seu habitante humilde e carente. E sofro também pelo avesso perseguido por muita gente da terra.

Mas vamos aos fatos. Desde mais de trinta e cinco anos que Dona Mazé Crente carinhosamente cuida de um canteiro ao longo de seu trecho de rua. O tal canteiro é tão bem cuidado que mais parece um jardim primaveril. Mesmo num sertão esturricado pela inclemência do sol e das secas, não há um só instante que o jardim não seja encontrado florido, verdejante, maravilhosamente belo. Todos os dias, logo ao alvorecer ela se põe a aguar de canto a outro, conversar com as flores e plantas, dedicar-se de corpo e alma ao seu pequeno paraíso. Todos os visitantes e forasteiros logo se admiram com aquela paisagem em pleno sertão.


Pois bem, já desde algum tempo que alguns moradores do trecho estão implicando com o jardim de Dona Mazé. Os verdadeiros monstros, desumanos e insensíveis, que querem porque querem que a prefeitura municipal destrua aquele canteiro. Motivo: alegam que precisam construir garagens e o canteiro impedirá a entrada dos veículos. Repita-se já são quase quarenta anos com aquele canteiro ali, sendo diuturnamente cuidado e preservado, e sem que nenhum morador ao redor sequer imaginasse possuir um carro algum dia. E agora, em nome do luxo e da conveniência materialista, desejam a todo custo destruir a única área verde existente na sede municipal. Não é apenas uma área verde e exuberante, mas a própria simbologia de que é possível um jardim permanentemente florido em pleno sertão.

Outro dia escrevi um texto precisamente sobre Dona Mazé e seu jardim, que urge ser em parte transcrito ante os fatos novos e absurdos. Após tecer considerações acerca do abandono das praças, da feiura e do desalento que se alastram por todo lugar, como se Poço Redondo tivesse que ficar à mercê da incúria dos mais recentes governantes, citei o canteiro daquela senhora como exemplo de que é possível construir e manter a cidade bela, ainda que confrontando a própria natureza. Eis o que escrevi:

“Mas nem tudo é desilusão. Felizmente. E a prova de que tudo pode ser feito diferente está demonstrado num simples canteiro de rua. Sim, num pequeno trecho da Rua Manoel Pereira, entre a Gustavo Melo e a também abandonada e feia praça da feira. É neste trecho que mora Dona Mazé, mais conhecida como Dona Mazé Crente, uma senhora que chegou à cidade pelos idos dos anos 70 e abraçou o novo lar como seu berço de nascimento.

É neste trecho que Dona Mazé mantém e cuida de um canteiro que contrasta com tudo que há em Poço Redondo. Não há tempo ruim, de seca devastadora, nada que faça com aquele canteiro fique abandonado ou mal cuidado. A qualquer tempo e em qualquer época, o olhar do caminhante encontrará uma formosura sem igual: plantas de diversas espécies, flores e cores. Cuida de seu canteiro como se fosse de um filho pequeno, mas inegáveis são os maravilhosos frutos de toda essa dedicação.





Desse modo, o jardim sempre florido de Dona Mazé serve como exemplo de que tudo é possível ser feito quando se deseja administrar bem uma cidade, ainda que empobrecida e situada no semiárido. Mas não se pede aqui que a cidade inteira passe a ter a feição do canteiro primaveril de Dona Mazé, apenas que seja cuidada com o zelo que sua população tanto deseja e merece. Ademais, toda cidade, grande ou pequena, possui uma praça de apresentação, e por que não Poço Redondo?”.

Segundo informou-me uma filha de Dona Mazé, a administração municipal já mandou avisar que a máquina passará por cima de tudo e no lugar do canteiro o negrume do asfalto brilhará debaixo do sol. Sei que assim acontecerá, pois assim sempre acontece em Poço Redondo. Nenhuma construção, nada de bom e promissor, mas tão somente a fria e covarde destruição.

Poeta e cronista
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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

COMUNICADO

Por Fabio Volpe

Caro professor Francisco de Paula Melo Aguiar,


É com grande entusiasmo que agradecemos a sua participação como parecerista na Avaliação de Cursos Superiores, realizada pelo Guia do Estudante, em 2015.

Abaixo estão os links do seu certificado.


Em baixa definição:



Em alta definição:


Lembramos que o resultado dessa avaliação é publicado na edição Guia do Estudante Profissões Vestibular 2016, que estará nas bancas a partir da 2ª quinzena de outubro.

Muito obrigado.

Atenciosamente,

Fabio Volpe
Diretor de Redação
Guia do Estudante – Editora Abril

Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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ESCRITOR, HOMENAGEM E PROFICIÊNCIA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 16 de setembro de 2015 - Crônica Nº 1.490



As homenagens sucessivas do Magistério a nossa pessoa, como escritor, agrada ao ego, porém, fortalece dentro do romancista, historiador, poeta e cronista B. Chagas, um sentimento muito maior, quase infinito de agradecimento.

Foto (Clerisvaldo).
Trabalharam com as nossas obras, a Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas; a Escolinha Carrossel; o anexo da Escola Durvalina Pontes; a escola particular São Cristóvão e agora a outra, também São Cristóvão, da rede municipal.

Foto (Ariselmo).

Foi justamente o Magistério que nos honrou com o título “Escritor Símbolo de Santana do Ipanema”, quando nossos leitores complementaram: “e do Sertão Alagoano”.

Com a mesma grandeza das recepções nos outros estabelecimentos de Ensino, fomos recebidos pela diretora Maria Rosângela de Oliveira Melo Prudente, sua equipe nota mil, o ex-companheiro de AGRIPA, Ariselmo Melo e seu animadíssimo corpo discente.

Com o tema: Brasil um País em Busca da Proficiência Leitora, teve como uma das fontes de pesquisa o nosso livro Ipanema, um rio macho.

Também o cordelista e ator Silvano Gabriel, teve seus trabalhos pesquisados e comentados pelos alunos.

Foram apresentados atos de peças teatrais como “Sebo nas canelas Lampião vem aí!”, da nossa autoria e também, outras do cordelista Gabriel.

 Foto (Clerisvaldo).

Cada turma ficou encarregada de apresentação de trabalhos, em maquetas sobre as mesas, com painéis temáticos na parede, ao fundo. Página musical, desenhos, textos, encenações, telão e aplausos, movimentaram a juventude que dão os primeiros passos na Educação, na Cultura Nordestina e Brasileira.

A todos os que fazem a “Escola São Cristóvão”, deixamos os nossos parabéns, com a certeza de que para se conhecer o mundo, primeiro se conhece a localidade em que se vive.

O reconhecimento dos valores geográficos, históricos, culturais e morais do seu entorno lhe embasa na felicidade do SABER.



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FILOSOFIA E RACIOCÍNIO FILOSÓFICO: O QUE É POSSÍVEL NA ESCOLA?

Por Rangel Alves da Costa*

Desde muito que se debate acerca da filosofia no âmbito escolar. Além de tal discussão, há ainda outra que reputo de igual importância. Diz respeito ao que se pretende com o ensino de filosofia e ao tipo de conhecimento filosófico que o aluno deverá obter. Numa síntese, será preciso delimitar a filosofia enquanto conteúdo de aprendizagem e a mesma filosofia como preparação ao raciocínio filosófico.

E assim porque existem duas fronteiras diferentes na mesma margem. Apenas ensinar filosofia implica no repasse de ideias filosóficas, da transmissão do pensamento das grandes escolas, nos principais expoentes dos sistemas filosóficos e assim por diante, porém sem a preocupação maior de ativar no aluno a reflexão ou o raciocínio filosófico.

De modo restrito, se poderia afirmar ser o raciocínio filosófico a própria filosofia em ação. Significa pensar, refletir, meditar, indagar, buscar as origens das coisas e torná-las explicáveis. Mas a escola está pronta para ambicionar tal atitude filosófica no aluno ou se contenta apenas que este aprenda as noções básicas? Eis a grande questão. Verdade que o aprofundamento do raciocínio filosófico dependerá da própria pessoa, mas a escola bem que poderia acender a chama filosófica apagada em cada um.

Enquanto não se amplia os horizontes filosóficos, fato é que o ensino de filosofia tem ocupado novos espaços no sistema educacional público. Há uma prática crescente do ensino da disciplina nas escolas públicas brasileiras, e o mesmo se diga com respeito às escolas particulares. Até mesmo crianças são iniciadas no entendimento da filosofia, despertando logo cedo o interesse pelos seus fundamentos. Entretanto, o ensino em si peca pela falta de uma linha programática eficiente ou uma desorientação por parte da classe docente.


Segundo doutrinadores, o ensino de filosofia, mesmo na grade curricular normal, possui um conteúdo nem sempre eficientemente explorado pelo professor. Não raro que o educador se indague sobre o que ensinar e como ensinar, de modo a não transmitir uma ideia de que a filosofia é algo difícil de ser assimilado ou mesmo incompreensível. Daí um impasse no modo de se ensinar filosofia. Ensiná-la de modo apenas pedagógico ou tratá-la com maior profundidade?

Outros problemas ainda surgem. O pensamento do professor deve balizar o ensino? Quais as linhas teóricas a ser utilizadas? O ensino deve ser histórico e conceitual ou entremeado da realidade vivenciada pelos alunos? Como deve ser feita a avaliação do ensino de filosofia? Se a filosofia é mais discussão do que prática, o que se exigir do aluno perante sua própria opinião dos fenômenos e da realidade social? Há também a questão do material didático a ser utilizado.

Como observado, se por um lado há o aspecto positivo da retomada da filosofia enquanto disciplina curricular, outras questões cruciais existem que precisam ser consensualizadas, principalmente com relação aos conteúdos e aos métodos do ensino de filosofia. Tais aspectos exigem uma reorientação na ação docente, de modo a não perder a essência na transmissão dos postulados filosóficos nem se afastar muito da dinâmica da prática de ensino moderna. Dessa postura nascerá nos alunos não só a compreensão da filosofia como o prazer de frui-la enquanto forma de aprendizagem.

Verdade que não se pretende que a escola seja uma escola grega ou uma academia platônica, também verdade que não se objetiva que o aluno busque uma montanha no pátio da escola e lá em cima se posicione para refletir sobre as origens e as realidades da vida e do mundo. A escola é eminentemente teórica, não há que duvidar. Mas sua teoria pode ser tão atraente e convidativa que a filosofia vá despertando um interesse tal que o aluno ao menos comece a enxergar o contexto existencial além da simples superfície. Quando avistar além da margem, certamente procurará obter respostas mais profundas.

Poeta e cronista
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CRENDICE E FÉ NUM POVO DE DEUS

Por Rangel Alves da Costa*

A crendice se distingue da fé, mas nesta geralmente tem seu fundamento. A crendice é tida como a crença popular, ou seja, aquilo que o povo, por tradição ou costume, tome como verdadeiro, ainda que sem nenhuma explicação racional ou de real existência. Contudo, se o povo acredita em algo a partir de motivos sobrenaturais ou de concepções religiosas, então se tem como verdadeira fé.

E quanto maior a fé maior a crença que a própria existência e tudo na vida dependem da intercessão divina. E nunca se mostra uma fé dependente do conhecimento das escrituras sagradas, dos ritos religiosos ou da obediência aos mandamentos da igreja. A pureza de uma fé em tais moldes está enraizada no sentimento. É a certeza de que a vida é um destino e que tudo está determinado por um desejo sagrado. Também a certeza que os males do mundo se originam da desobediência ao que foi concedido ao homem na sua existência.

Em muitas pessoas, principalmente aquelas mais humildes e viventes nas regiões mais distantes, onde a religiosidade se faz presente desde a primeira oração da manhã aos rogos noturnos, ter fé significa apenas acreditar no poder de Deus sobre todas as coisas. E disto decorre a crença no poder da ação sagrada sobre tudo. Por exemplo, não chove por vontade de Deus, daí que se busca a reversão através das preces, orações, promessas, ladainhas e procissões. A pobreza e as dificuldades na vida também são vistas como desejo divino, mas a fé no seu auxílio permitirá que não falte o pão, que o mal maior não recaía sobre a família, que a subsistência esteja sempre garantida.

Tem-se, pois, que a fé é também uma espécie de crença. Acredita-se no poder de Deus, nos fundamentos da igreja, nos primados próprios da religiosidade, mesmo que jamais tenha lançado o olhar sobre uma linha da bíblia. Como afirmado, diante do povo humilde a fé não prescinde de nenhuma igreja, de vigário ou de missa, pois o divino já surge sacralizado desde as gerações familiares. Ao menos assim em tempos mais antigos. A religiosidade se fundamenta, pois, na crença divina e nos poderes dos santos e anjos, mas também no temor do pecado.


É o temor do pecado que mantém viva a fé e a religiosidade da população mais humilde, principalmente daquelas pessoas mais envelhecidas e que moram em lugares distantes dos sertões nordestinos. Mas também por todo lugar. Temem o pecado para não ir pelo descaminho na hora da morte, para não afrontar os mandamentos religiosos, para ter ajuda divina nas suas necessidades, para que a alma devotada e o coração bondoso não se percam nas influências mundanas.

Entre parte da população mais carente ainda persiste a indefinição entre fé e crença. Por tradições antigas e costumes enraizados nos seios familiares, ainda se concebe a crendice como algo inseparável da fé. Por exemplo, a crença de que deve se benzer toda vez que colocar o pé fora de casa, possui raiz no medo de que os santos não protejam a caminhada. Como observado, é uma crendice fundamentada na religiosidade. Do mesmo modo, a ideia de que não se deve passar defronte a uma igreja sem se benzer. O gesto nada significa se o coração não busca a face de Deus, mas mesmo assim se procede por medo de estar desrespeitando o templo sagrado.

A verdade é que aos poucos tudo vai se deteriorando, diminuindo, perdendo sua razão de existência. Mesmo nos sertões, o fervor religioso e as crenças vão perdendo força cada vez mais. Nem mesmo as rezas, as missas e procissões, possuem acompanhantes como noutros tempos. A igreja não é mais um lugar aonde se chega com véus, livros sagrados, terços e rosários, num silêncio quase enlutado. Poucos são os que ainda confessam, que ainda traduzem as missas na alma e sabem o significado do recebimento da hóstia.

Mas houve um tempo muito diferente. Mas também um tempo misto de fé e de crença. Tanto assim que até os fenômenos da natureza eram vistos em comunhão com os desejos divinos. Se tudo dependia dos poderes de Deus, dos santos e anjos, então aquilo que viesse dos espaços, com as chuvas, as secas, as tempestades e as pragas, era visto como dádiva ou mero castigo. Num povo de fé extremada, bastava que as estiagens se prolongassem para que aos céus fossem lançadas preces em busca da piedade divina.

Os deuses de hoje vivem em céus diferentes do Deus do passado. E há deuses em tudo e para tudo: o deus do acaso, o deus do momento, o deus apenas lembrado de vez em quando. Mas outro Deus ainda faz moradia em muitos lugares e em muitos corações. Há um verdadeiro céu após a porta do casebre interiorano. Há um verdadeiro céu na luz da manhã e em cada instante da vida. E assim acontece pela fé. Um povo de fé encontra o seu Deus e o mantém vivo em qualquer situação de existência.

Poeta e cronista
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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Por Rangel Alves da Costa*


Quem me conhece também conhece o amor que tenho pelo sertão sergipano, principalmente por Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, meu berço de nascimento e exemplificação maior da feição sertaneja: debaixo do sol e da lua, um mundo de desvalia no homem e de grandezas de Deus.

O amor sentido pode ser expressado na preocupação com o resgate da memória sertaneja, rebuscando o passado para torná-lo em conhecimento ao alcance desta e das futuras gerações. Mas a preocupação com a saga sertaneja vai além no sentido de abarcar também seus aspectos geográficos, sociais, seus costumes e tradições. A verdade é que a grande maioria dos filhos da terra sequer imagina sobre a riqueza histórica e cultural na qual se assenta.

Outro dia, colocando um antigo pilão no Memorial Alcino Alves Costa, olhei para o lado e disse a alguém: Está vendo esse velho pilão aqui, de mais de cem anos, pois saiba que a partir dele será possível um dia inteiro de aula de história. Neste pilão as lembranças da escravidão, dos costumes e tradições de outros tempos, do jeito de ser e fazer de um povo. No pilão o café batido, o arroz descaroçado, qualquer tipo de grão esfarelado. As velhas mãos que desceram a madeira sobre a fundura do pilão escreveram sobre nossos antepassados, nossos hábitos alimentares, nossos modos de aproveitar os frutos da terra. Portanto, não apenas um pilão, mas um instrumento que traz consigo uma feição imprescindível da história sertaneja e nordestina.

Minha preocupação, pois, é constante. Todas as vezes que visito o sertão não me contento em ficar em casa ou passeando pelo centro da cidade. Acordo cedinho e já vou caminhar pelos conjuntos e bairros mais afastados, proseando com seus moradores e tomando todo tipo de informação. Descambo pelos lados do riacho, sigo suas margens devastadas, confronto a beleza de um dia e a tristeza do que encontro agora. Sigo mais distante, visito localidades mais afastadas, reencontro a história e a cultura e vou anotando tudo no meu diário da memória.



Possuo predileção especial por visitar construções antigas, igrejas, casarios, restos de um passado ainda vivo. Vou colhendo dos mais antigos a seiva que preciso ter para fortalecer meu conhecimento sobre o chão onde piso e onde nasci. Desde muito que faço assim. Quando brindava casca de pau no pé de balcão com Abdias, Galego Ferreiro, Liberato, João Paulo, Humberto, Mané Vito, Messias de Zé Vicente, Chico de Celina e tantos outros sertanejos de raiz e flor, não o fazia somente pelo sabor da raiz misturada, mas principalmente pelo enriquecimento que obtinha através do conhecimento autêntico daquele povo tão meu.

Minha pretensão agora é ampliar ainda mais a difusão da história e da cultura sertaneja. Não haverá um só recanto histórico ou de importância cultural ou geográfica, que eu não revisite, registre, relate e dissemine perante aqueles que desejam conhecer mais das próprias raízes. E não farei isto sozinho não, pois sei que em Poço Redondo existem grupos de jovens que caminham na mesma direção do meu pensamento. Exemplo disso foi um convite que recebi do jovem João Vítor (neto do saudoso Pedro Bola), em nome de um grupo do qual faz parte. Eis o teor do convite:

“Caro amigo Rangel, gostaria de convidar vossa pessoa quando vir aqui em Poço Redondo, para visitar a Capela Santo Antônio do Poço de Cima, aonde começou toda História de Poço Redondo. Basicamente temos um grupo formando de cinco pessoas que são Dore de Agenor, Nissinha de Cardoso, eu, neto de Pedro Bola, Enoque e Maria Tacia, ambos filhos do finado Cilção do Inferninho. Seria um grande privilégio receber a visita da vossa pessoa lá na igreja do Poço de Cima, hoje sendo preservada por nós do grupo, onde Padre Mário nos deu um livro de ata para contar os acontecimentos da referida localidade, para ficar sob Custódia da Paróquia, contando toda História da Capela. Também queremos vossa pessoa falando sobre os acontecimentos do Poço de Cima. Desde já agradeço a vossa pessoa”.

Meu Deus, que imensa alegria ao receber tal convite de conterrâneos. São jovens que demonstram um compromisso apaixonado com a história sertaneja. Ademais, chamar para si a preservação daquela que foi a primeira igreja erguida em Poço Redondo, quando ainda era Poço de Cima, é manter sob seus cuidados um templo que é a síntese maior do surgimento e da formação da municipalidade. Eis que tudo nasceu lá em cima, no Poço de Cima.

Que o compromisso de João Vítor, Dore de Agenor, Nissinha de Cardoso, Enoque e Maria Tacia, seja como um espelho a refletir nas mentes dos jovens poço-redondenses. O que eles fazem não é só um exemplo a ser necessariamente seguido, mas uma prova maior de amor pela terra.

Poeta e cronista
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Nota: Estamos com problemas nas postagens

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GOLPE NA AGRIPA E NA SOCIEDADE SANTANENSE

Por Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2015 - Crônica Nº 1.489

O falecimento de Dona Joaninha, em Santana do Ipanema, na última sexta-feira, causou comoção em nosso município. Liderança inconteste do subúrbio Maniçoba/Bebedouro foi artesã, agricultora e comandante sem medo das lutas daqueles habitantes por melhor qualidade de vida.

TV GAZETA DE ALAGOAS E DONA JOANINHA. 15.09.2014. (Arq./Agripa)
Após tantas e tantas longas batalhas pela ala pessoal e coletiva, Dona Joaninha passou a ser conselheira da Associação Guardiões do Rio Ipanema AGRIPA, cuja presença era uma festa à parte. Empenhou-se em todas as lutas dos guardiões sem nunca se afastar um só segundo das responsabilidades com seu povo.

No dia 14 de setembro de 2014, justamente, completando um ano hoje, foi homenageada por nós, representando a AGRIPA, no encontro temático com as autoridades no auditório da prefeitura. Eis o teor da homenagem:
JOANINHA EM SESSÃO DE 29.12.2013 (Arquivos/Agripa).

“Joana Maria da Silva, conhecida por Dona Joaninha, sócia-fundadora da AGRIPA, lidera duas comunidades em suas batalhas incansáveis. Respeitadíssima em qualquer um ambiente orienta e traz luz para a Associação Guardiões do Rio Ipanema. Todos os da AGRIPA têm Dona Joaninha como pessoa sábia e guerreira e, está perto dela é aprender lições de vida e de lutas que enriquecem a alma dos nossos associados.
Nas bifurcações dos nossos caminhos, Dona Joaninha aponta a trilha a ser seguida. De vez em quando pega na orelha de quem vacila e derrama um pouco de sabedoria na moleira jovem que não aprendeu a tradição solidificada.

Pernambucana de nascimento, veio nos ensinar a arte da guerra social pela felicidade em conjunto. Para aqueles que não cumprem suas promessas ou cochilam nas ações, Dona Joaninha é um terror no microfone. Para os corretos e bem-intencionados, a guardião representa a companhia que constrói que edifica, que harmoniza.

Saiba Dona Joaninha que a AGRIPA tem orgulho de possuir em seus quadros uma pessoa que faz parte do patrimônio humano do município santanense. Um forte abraço dos seus companheiros da Associação Guardiões do Rio Ipanema”.

A AGRIPA e a sociedade santanense perdem uma guerreira incorruptível, iluminada e doce que não cabia mais na pressão dos desumanos. 

Foi sepultada ontem (domingo), no cemitério São José, da periferia Barroso, a "mulher de aço".


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domingo, 13 de setembro de 2015

A CENTRAL DE TELEFÔNICA

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com as coisas como elas são. Ele quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo.
                                       Graham Bell

Não obstantes as controvérsias existentes entre quem inventou isso ou aquilo, como por exemplo, à invenção do telefone no mundo, onde uns atribuem tal façanha a Alexander Graham Bell e outros ao italiano Antônio Meucci, que o chamou de telégrafo falante, em 1860. Assim que o diga Santos Dumont, o pai da viação brasileira e antes declarado como inventor de algo voador, chamado de 14 Bis, protótipo da invenção que a tecnologia moderna aperfeiçoou e passou a ser chamada de avião, ao afirmar: “as invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso”. Seja lá quem inventou o telefone, merece assim ser reconhecido como um grande benfeitor da humanidade. Então, por definição o telefone é um dentre muitos dispositivos de telecomunicações, inventado, desenhado e ou criado para transmitir sons através de sinais elétricos por meios telefônicos. Podemos definir telefone como sendo um aparelho eletroacústico que permite a transformação, justamente no ponto transmissor, de energia acústica em energia elétrica, de modo que no ponto receptor, acontece a transformação da energia elétrica em energia acústica, permitindo assim a troca in loco de informações: falada e ouvida, entre dois e ou vários assinantes: falantes e ouvintes. Assim sendo, para que aconteça o êxito desejado em tal comunicação, os aparelhos telefônicos necessitam estar ligados aos equipamentos que são obrigatórios em uma central telefônica. E em Santa Rita não diferente disso durante décadas. É uma espécie de laboratório informático telefônico que envolve tecnologias específicas. Era assim, mesmo antes da existência da ciência da informática no Brasil e no mundo.  No Rio de Janeiro foram instalados os primeiros telefones no Brasil, de modo que em 1883 a cidade maravilhosa tinha funcionando apenas cinco centrais telefônicas e com a capacidade de apenas 1000 (mil linhas) por cada central ali existente até então. Apenas a elite tinha direito ao serviço telefônico residencial. A Central Telefônica de Santa Rita foi implantada nas dependências da Prefeitura Municipal de Santa Rita, na década de 60, na gestão do Prefeito Heraldo da Cosa Gadelha, o atendimento era feito via ligação interurbana e/ou seja, a ligação era feita para a "central", que recepcionava e em seguida repassava a ligação para a residência e/ou repartição pública e/ou privada que tivesse o respectivo terminal solicitado, por exemplo, desde aquela época que o terminal do Colégio Francisco Aguiar - COFRAG era apenas o número 1479, com o passar do tempo foi adicionado ao terminal o número 229 e posteriormente 3229 1479. É importante lembrar a pessoa educada de dona Creuza, então funcionária e chefe da central telefônica municipal e posteriormente, continuou tal prestação de serviços a comunidade na extinta TELPA - Telefônica da Paraíba, sucessora da já falada central telefônica em nossa terra. Igualmente, lembramos, da senhorita Maria José Paiva, de saudosa memória, que também era funcionária daquele órgão. A telefonia pública, equivalente aos atuais "orelhões", eram telefones instalados em residências particulares e casas comerciais. Isso começou a funcionar entre nós a partir 1963, por exemplo, no Bairro Popular tinha um telefone público na casa de Dona Didi Paiva (in memorian), genitora da senhorita Maria José Paiva, conhecida por "Zezé Paiva", já mencionada, localizada à rua Castelo Branco, esquina com a rua Professor Severo Rodrigues, era o único telefone público da cidade em todo o Bairro Popular e da cidade alta, já a partir de 1973, a telefônica passou a ser administrada pela TELPA e o então Vereador Francisco Aguiar, apresentou um requerimento à Câmara Municipal de Santa Rita, pedindo que a Telpa instalasse um telefone público no Centro Social Padre Mauricio, no Bairro da Nova Esperança, o mesmo foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Santa Rita  e a Telpa instalou o primeiro e único telefone naquela localidade no período de 1973/77. Depois chegaram as novas operadoras do sistema telefônico no Brasil e em Santa Rita não foi diferente. É uma Santa Rita que passou...

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5378844

Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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A FORÇA DA VIDA


A força da vida

Mesmo que o entardecer atormente
com sua cor de tristeza e saudade
mesmo que a noite traga a angústia
pela ausência de alguém na distância
mesmo que a lua desça como aflição
e o negrume envolva o meu sonhar
mesmo que assim tudo possa acontecer
jamais renunciarei à esperança maior
de acordar para a manhã da felicidade

por que há uma janela e além a manhã
por que na manhã uma janela e sua luz
e olhos que voam pelas dádivas do mundo
e braços que abraçam toda a força da vida.

Rangel Alves da Costa
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sábado, 12 de setembro de 2015

Caso Carlinhos – Uma história que não terminou

por Carlos Henrique Pontes e Isnard Martins

A história de um sequestro que abalou o Brasil, numa releitura corajosa. Onde estará o menino Carlinhos? Vivo ou morto? Surpreenda-se...


Pouco mais de 40 anos atrás, no Rio de Janeiro, Carlos Ramires da Costa, um garoto de dez anos, foi sequestrado sem qualquer motivo aparente. Ainda hoje ele continua desaparecido.


Poderia, hoje, Carlos estar vivendo sob outra identidade, sem lembranças dos traumas do seu passado?

Ou, se estiver morto, onde estará o seu corpo? Quem o terá matado? Por que motivo?

Este livro narra um possível paradeiro dessa criança. Os personagens Fábio e Robert tornam-se amigos e são movidos pelo intenso desejo de descobrir a verdade oculta há tantos anos.

Seriam eles capazes de mudar o rumo da justiça nacional? O que pode acontecer se um exame de DNA comprovar que Carlinhos ainda está vivo?


Fatos reais e ficcionais se misturam com boas doses de suspense, coragem, mistérios, conspiração, investigações e conflitos pessoais nesta trama.


O administrador Carlos Henrique Pontes e seu amigo, o professor Isnard Martins, ambos do Rio de Janeiro, escreveram a obra "Caso Carlinhos: uma história que não terminou".

Para eles, todo problema, qualquer que seja, necessita de luz, transparência e razão:

"Trouxemos à luz de um novo século a história de sequestro mais dolorosa do Brasil. E, na medida do que foi possível, com um cheiro novo e com uma perspectiva muito inusitada, mas possível; por que não?

Nunca acharam o corpo de Carlinhos, então qualquer final pra esse caso é muito plausível."


O trabalho pericial realizado pelo escritor e professor Isnard Martins surpreende pela perfeição e riqueza de detalhes:


Motivados pelo mistério deste caso, eles escreveram um livro que mistura ficção e realidade a fim de que o leitor tire suas próprias conclusões...

A fronteira entre o que existe e o que poderia existir não é delimitada: o que eles oferecem ao leitor é um cenário possível.

Mas, para que este livro seja publicado, a sua ajuda é fundamental. Colabore com esta campanha de financiamento coletivo!

Basta clicar aqui do lado, na recompensa que você preferir. Além disso, curta e compartilhe com seus amigos e familiares!

Parte dos direitos autorais desta obra será destinada a projetos sociais de defesa dos direitos dos desaparecidos no Brasil e suas famílias.

Muito obrigado pela atenção... Contamos com você!


Pacote digital: R$ 12
Comprando este pacote, você ganha um e-book de "Caso Carlinhos: uma história que não terminou".
Pacote impresso: R$ 27
Se colaborar com R$ 27, além do e-book, você recebe um exemplar impresso de "Caso Carlinhos: uma história que não terminou".
Pacote camiseta: R$ 70
(Limitado a 20 apoiadores)
Comprando este pacote, você receberá:
▪ 1 e-book;
▪ 1 livro impresso
▪ Seu nome na página de agradecimentos do livro
▪ 1 camiseta do projeto.
Pacote bate-papo: R$ 200
(Limitado a 5 apoiadores)

Se você colaborar com R$ 200, você terá direito a:
▪ 1 sessão de Skype de 1h com os autores
▪ 1 e-book
▪ 1 livro impresso
▪ Seu nome na página de agradecimentos do livro
▪ 1 camiseta do projeto;
Pacote patrocinador: R$ 350
(Limitado a 4 apoiadores)

Caso você queira patrocinar este projeto, seu logotipo será impresso na quarta capa do livro e você ainda terá direito a um livro impresso.
Envio pelos Correios com frete grátis para todo o Brasil.
O e-book estará disponível para ativação por 3 meses após o envio do código pela equipe do Bookstart.
Uma vez que você o ative, ficará disponível para leitura por tempo indeterminado.
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